Conteúdo atualizado em 28/11/2024 por Kate Moraes
Marcos Gouvêa, diretor-geral da Gouvêa Ecosystem, falou esta semana com a jornalista Lúcia Müzell da Rádio França Internacional sobre o boicote ao Carrefour. A reportagem “Críticas de CEO do Carrefour à carne brasileira ilustram ‘falta de visão’, em meio a crise do varejo na França” foi veiculada no podcast Radar Econômico e replicada em espanhol pelo site e pelo UOL.
Durante a conversa, o executivo comentou a recente declaração de Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, sobre se comprometer a não vender carnes do Mercosul em lojas da rede, na França. O posicionamento de Bompard gerou, nos últimos dias, boicotes de frigoríficos brasileiros aos estabelecimentos da marca.
A atuação no Brasil representa um quinto do faturamento total do grupo francês, conforme balanço do terceiro trimestre. De acordo com Gouvêa, faltou visão para o executivo francês. “Nesse processo que nós temos vivido, de desglobalização do varejo físico, com o crescimento do varejo digital e a metaglobalização do varejo digital, a representatividade do mercado brasileiro mereceria, no mínimo, muito mais reflexão antes de uma manifestação como foi feita”, comenta.
O executivo lembra ainda que algumas das principais redes que atuam no Brasil são francesas – uma parceria fortalecida a partir dos anos 1990. “Tem muito mais presença relevante de varejo francês no Brasil do que de qualquer outro país, inclusive Estados Unidos. De alguma maneira, tudo isso, em uma visão míope, foi ignorado e se ateve, exclusivamente, a uma questão de ficar bem com o produtor francês”, observa. “Eu não diria que abala a confiança nesta parceria, mas cria uma consciência de que este jogo de proteção está acima do que se percebia, no dia a dia. Se tem uma virtude, pelo lado brasileiro, é que despertou uma consciência sobre a realidade desse jogo, que envolve proteções de mercado, acordos políticos e até sustentação de governo”, opina.
Para saber mais, leia o conteúdo completo no link.