Conteúdo atualizado em 14/12/2024 por Paulo Machado

No último dia 29 de novembro, o Valor Econômico publicou a matéria “Empresas chinesas com presença global chegam para transformar o e-commerce no Brasil”, assinada pela jornalista Kátia Simões. A reportagem aborda a expansão das gigantes asiáticas no comércio eletrônico brasileiro, destacando como a presença de empresas como Alibaba, Shein, Kwai e Temu está moldando o futuro do varejo online no país. Eduardo Yamashita, diretor de operações da Gouvêa Ecosystem, comentou sobre o impacto dessa transformação e os desafios que os varejistas brasileiros enfrentam com a chegada dessas plataformas globais.

Alibaba, Shein, Kwai e Temu: a expansão das gigantes asiáticas no Brasil

A primeira gigante asiática a chegar ao Brasil foi o Alibaba, há 14 anos, com os sites AliExpress e Alibaba.com. A partir daí, outras grandes plataformas começaram a fazer sua entrada no mercado brasileiro, como Shein, Kwai e, mais recentemente, Temu. O Kwai Shop, da Kuaishou, foi lançado oficialmente no Brasil em novembro, depois de um ano de testes bem-sucedidos, e promete revolucionar o mercado local de e-commerce. A plataforma, que já recebeu um investimento de cerca de R$ 7 bilhões no país, destaca-se pela combinação de vídeos curtos com a praticidade das compras online.

O impacto da chegada da Temu no e-commerce brasileiro

A Temu, gigante chinesa de e-commerce, chegou ao Brasil em junho de 2024 e rapidamente se tornou um dos aplicativos mais baixados no país, com mais de 5 milhões de downloads em apenas 30 dias. Segundo Eduardo Yamashita, diretor de operações da Gouvêa Ecosystem, a velocidade de crescimento da Temu tem sido impressionante. “Há três anos, era quase impossível pensar que alguém incomodaria o Alibaba. Hoje, a Temu assusta com a velocidade de seu crescimento”, observa. Com presença em 75 países e um volume de negócios anual de US$ 2,3 bilhões, a Temu está moldando o futuro do e-commerce no Brasil ao conectar consumidores diretamente com fabricantes independentes.

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O futuro do e-commerce no Brasil: a aposta das empresas chinesas

Eduardo Yamashita destaca que, em breve, o Brasil será um dos poucos países no mundo a contar com todos os grandes players asiáticos, sobretudo chineses. Ele observa que essas empresas chinesas, que nasceram globais, têm uma base de consumidores superior a um bilhão de pessoas e começaram sua expansão pelo sudeste Asiático, seguindo para a Europa, Estados Unidos e agora o Brasil. “Não tem volta”, diz Yamashita, indicando que o impacto dessas empresas no mercado brasileiro será cada vez mais forte.

Crescimento do mercado de e-commerce: dados e perspectivas

O impacto das gigantes asiáticas no Brasil é visível nos dados do relatório de E-commerce no Brasil, que apontam que as plataformas chinesas representam 6,2% do mercado nacional. AliExpress e Shein são os principais responsáveis por essa fatia, com 3,3% e 2,9%, respectivamente. O AliExpress, que é líder no segmento de compras transfronteiriças, tem mais de 7 milhões de usuários diários no Brasil. Além disso, a empresa tem investido fortemente em infraestrutura logística, como a construção de novos centros de distribuição em Viracopos (SP), expandindo sua presença no país e na América do Sul.

Logística e parcerias: a chave para o sucesso das gigantes asiáticas no Brasil

A entrada de empresas chinesas como a Temu e o Kwai Shop no Brasil não se resume à venda de produtos. Elas também têm investido na melhoria da logística e na adaptação aos hábitos de consumo brasileiros. A Temu, por exemplo, firmou parcerias com Gru Airport, Correios e Elo, para garantir uma operação eficiente no país. “A logística é um pilar importante para o nosso modelo de negócio e foi um dos gargalos que retardaram a entrada no Brasil”, afirmou Felix Wang, diretor de marketing e desenvolvimento de negócios da Temu. Essas melhorias logísticas têm sido fundamentais para garantir entregas rápidas e preços competitivos, o que é crucial para o sucesso no mercado brasileiro.

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O futuro do e-commerce no Brasil com a expansão asiática

O e-commerce brasileiro está passando por uma transformação significativa, com a chegada de grandes plataformas asiáticas que prometem mudar o comportamento de consumo no país. As parcerias estratégicas e os investimentos em logística e tecnologia são cruciais para garantir que essas empresas chinesas continuem crescendo e conquistando o mercado brasileiro.

Autor(a)

  • Kate Moraes é assessora de imprensa e produtora de conteúdo da Gouvêa Ecosystem. Formada em jornalismo pela PUC-Rio, com MBA em Marketing, tem mestrado em Gestão Internacional pela Université Pierre-Mendes, na França. Ao longo de sua carreira, trabalhou com comunicação e eventos, atuando nas áreas de Construção Civil, Educação Internacional, Logística, Resseguro, Saúde, Tecnologia, Telecomunicações, Terceiro Setor e Varejo.

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