Conteúdo atualizado em 13/03/2025 por Kate Moraes
No dia 10 de março, Janice Mendes, sócia-diretora da Gouvêa Malls, participou de uma entrevista ao vivo para o jornal Radar, transmitido pelo canal Times Brasil (CNBC), diretamente de Austin, no Texas. Durante a conversa, ela compartilhou suas observações sobre o South by Southwest (SXSW), evento que reúne algumas das principais inovações em tecnologia, música, cinema e muito mais, e que segue até o dia 15 de março.
O SXSW é um dos maiores festivais do mundo voltado para a inovação. A executiva comentou sobre as palestras e discussões que estão marcando a edição deste ano. Entre os temas abordados no evento, destacou-se a solidão, um assunto que tem ganhado atenção em diversas apresentações.
A solidão e suas conexões com o varejo
A diretora da Gouvêa Malls mencionou que a solidão tem sido um tema constante nas discussões do evento. Na abertura do festival, um especialista em saúde social discutiu o impacto desse sentimento no ambiente de trabalho, enquanto Scott Galloway, professor da Universidade de Nova York, falou sobre o uso crescente da inteligência artificial para a criação de novos relacionamentos. Para Janice, isso aponta para um paradoxo: a tecnologia, que contribui para a solidão, também pode ser uma ferramenta para lidar com ela.
Ela comentou sobre a palestra de Douglas Husker, teórico da mídia e da tecnologia, que sugeriu a revalorização de espaços físicos como forma de combater essa solidão. Para a executiva, isso se traduz diretamente no papel do varejo físico, que tem a possibilidade de criar um ponto de encontro real para os consumidores, promovendo experiências e conexões, ao contrário do que muitos pensam sobre a substituição do físico pelo digital.
O varejo de necessidade e o varejo de desejo
Janice Mendes também trouxe uma reflexão sobre os diferentes tipos de varejo que estão se formando com o avanço das tecnologias. Ela explicou que, de um lado, existe o varejo de necessidade, que é atendido principalmente pelo e-commerce, voltado para a reposição de produtos essenciais. Já o varejo de desejo, mais relacionado com a experiência de consumo, é um campo onde os shoppings e lojas físicas podem se destacar, criando experiências que vão além da simples venda de produtos.
O papel da tecnologia no varejo físico
Janice também abordou o impacto das novas tecnologias, como a inteligência artificial, no futuro do varejo. Ela comentou sobre a combinação da IA com a biotecnologia e sensores, criando o que chamou de “inteligência viva”, uma tecnologia capaz de antecipar as necessidades dos consumidores.
“Essa inteligência viva é capaz de antecipar as nossas necessidades. Então, isso faz com que a gente tenha novas possibilidades para poder melhor entender o ser humano e melhor atender também as suas demandas”, explica a executiva.
Adaptando-se às mudanças no varejo
Por fim, Janice destacou a necessidade de resiliência das empresas diante das mudanças tecnológicas. O constante aprendizado e adaptação a novas realidades serão fundamentais para o sucesso no varejo. Para ela, o uso da tecnologia no varejo está se direcionando para duas frentes fundamentais: a melhoria da experiência do consumidor e a eficiência operacional. E, ao trazer mais informações sobre o comportamento e os desejos dos consumidores, as tecnologias podem ajudar a antecipar suas necessidades e entregar uma experiência mais personalizada e satisfatória. Ao mesmo tempo, essas ferramentas também visam otimizar os processos internos, garantindo melhores resultados operacionais.
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