Conteúdo atualizado em 17/01/2025 por Kate Moraes
No último dia 14, Cristina Souza, CEO da Gouvêa Foodservice, deu uma entrevista ao vivo para o Jornal Radar da Times Brasil (CNBC), diretamente de Nova York, sobre suas percepções e principais tendências discutidas na NRF Retail’s Big Show, uma das maiores feiras de varejo e inovação do mundo. A executiva trouxe reflexões sobre o futuro do setor de alimentação, com foco nas transformações tecnológicas e nos desafios enfrentados pelo mercado global, incluindo o cenário brasileiro.
Com vasta experiência no setor, Cristina destacou as mudanças observadas nos últimos anos e as novas possibilidades de crescimento que surgem com a integração da tecnologia ao setor alimentício. A seguir, confira os principais pontos abordados durante a entrevista.
1. A recuperação do varejo e o papel da tecnologia
A executiva comentou sobre o retorno do otimismo para o mercado de varejo, especialmente, nos Estados Unidos, após um período de retração causado pela pandemia e pela instabilidade econômica. Para ela, o foco agora é avançar com soluções tecnológicas que promovam uma experiência mais personalizada e eficiente para os consumidores.
Essa recuperação é reflexo de um mercado que busca se reinventar, principalmente por meio de inovações digitais. Cristina também apontou que a tecnologia tem sido cada vez mais presente nas operações de restaurantes e redes alimentícias, seja na forma de automação, personalização de serviços ou na integração de dados para uma gestão mais eficaz.
2. O avanço da personalização no setor de alimentação
Um dos tópicos mais discutidos na NRF 2025 foi a personalização da experiência do cliente. Para Cristina, a utilização de dados para entender o comportamento do consumidor e oferecer produtos e serviços sob medida é uma tendência que está tomando força no mercado. “O que a gente percebe é que o movimento, a hospitalidade ligada à tecnologia, começa a fazer parte no dia a dia dos restaurantes, especialmente das grandes redes, que investem mais em tecnologia para oferecer uma experiência para o consumidor, cada vez mais personalizada e mais eficiente”, explica.
3. O cenário brasileiro e os desafios da digitalização
Cristina destacou a crescente evolução da gastronomia no Brasil, apontando que o país possui uma cena gastronômica diversificada e com muitas oportunidades, mas que ainda enfrenta desafios relacionados à digitalização. “Tradicionalmente, nós não capturamos dados (no Brasil). Durante a pandemia, houve um apagão nos restaurantes e os aplicativos, especialmente um grande player do Brasil, o iFood, que teve uma explosão em número de pedidos por conta disso. Por conta da digitalização da jornada do cliente”, comenta.
4. Inovações tecnológicas e o futuro do setor
Durante a NRF 2025, diversas soluções inovadoras para o setor de alimentação foram apresentadas, incluindo o uso de braços robóticos que fazem fritura, soluções digitais para a captura de tráfego e robôs que interagem com clientes como hosts. Cristina apontou a importância da integração dessas inovações no dia a dia dos restaurantes, especialmente nas grandes redes, que têm mais capacidade de investir em tecnologia.
5. A integração entre diferentes modelos de negócios
Cristina também observou uma tendência crescente de integração entre o setor de foodservice e outros modelos de negócios, como o varejo de moda e supermercados. “As marcas de luxo não raro têm um café, um restaurante, uma solução de alimentação integrada. E o varejo alimentar, os supermercadistas de uma forma geral, também fortalecendo esse como um caminho para atrair tráfego e atender o cliente”, afirma.
Esse movimento de integração permite que empresas do setor alimentício diversifiquem suas fontes de receita e criem novos canais de interação com os consumidores. “Considero isso positivo, pois são mais oportunidades para o setor de alimentação fora do lar. No Brasil são 117 milhões de faturamento neste setor, então, a gente tem a oportunidade de crescer muito mais”, explica.